segunda-feira, 26 de julho de 2010

Os bispos afinal também percebem de economia

O Opinião Pública desta manhã está a perguntar às pessoas se acham justo o que Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, precisamente a doação de 20 por cento do salário dos políticos (cristãos) para ajudar à crise; porque já sabem como é, os políticos devem ter alguma responsabilidade especial em pagar tudo e mais alguma coisa.

Claro que toda a gente adora esta ideia, porque por alguma razão a culpa de qualquer crise e de qualquer défice é sempre "dos políticos" já que "os políticos" são todos iguais e todos eles só pensam em ganhar fortunas; e todos os economistas concordam que tudo o que basta para resolver a crise mundial é um pouco de caridade cristã.

As várias opiniões que ocupam as linhas telefónicas sublinham este ponto, referindo-se a todas as organizações cristãs que ajudam os pobres em contraste com todos os malandros dos políticos que ficam na mansão a contar dinheiro. Um senhor diz até que o bispo em questão foi um "verdadeiro apóstolo" da palavra de Cristo. Claro que alguém que passe alguns momentos a ler sobre a tal palavra teria, de maneira a não ser tão hipócrita como o bispo auxiliar, de vender todas as suas posses e dar o dinheiro aos pobres (Mateus 19:21). Se é cristão e não está a obedecer à palavra do seu Messias, então com certeza será tão mau como todos esses políticos desonestos e apegados ao dinheiro; mas isto era preciso que os cristãos e especialmente os católicos soubessem realmente o que raio é a "palavra de Cristo" e a seguissem, porque Jesus falou em mais coisas do que "ajudar os pobrezinhos".

Aqui fica a minha ideia: metam todas as Igrejas, Padres, líderes espirituais e pessoas que vivem à conta das religiões a pagar impostos como qualquer outra pessoa. Assim todos ajudam a “pagar a crise” e os senhores da Igreja poderão perceber o que significa doar parte do salário para o país antes de abrirem a boca para cuspir hipocrisias.


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