O nerd português obteve hoje uma vitória apoteótica sobre as
forças que defendem que uma vida sem noventa minutos de desporto semanais
conduz à obesidade, à hipertensão, à morte de meninos em África e ao
assassinato de gatinhos: as notas de educação física deixarão de contar para a
média dos alunos que não pretendam entrar num curso da área. O Ministério da Educação, liderado e muito bem por um matemático que usa óculos, saiu em defesa
da estirpe mais característica do nerd: o rapazinho ou menininha que tem 20 a
Matemática e Biologia mas não entra em Medicina porque não consegue rematar à
baliza nem sabe jogar andebol. Isto chocou toda a sociedade portuguesa que se preocupa com a educação física nas escolas. Bem, "toda" talvez seja um exagero: houve um grupo que se manifestou surpreendentemente mais que os outros: os professores de educação física. Que a prática do badminton ou as regras que
preceituam uma marcação de um penálti são imprescindíveis na vida de qualquer
cidadão, não só para o seu dia-a-dia como para o seu normal funcionamento
intelectual e motor, ninguém tem dúvidas; mas isso não invalida o facto de hoje
ser um dia de festa para mim e para muitos dos meus concidadãos, particularmente para aqueles que poderão, a partir do próximo ano, respirar fundo: serem totós sem coordenação motora não será mais um estigma. Primeiro os homossexuais, agora eles: isto, meus amigos, é Justiça Social.
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