segunda-feira, 21 de maio de 2012

Anda comigo ver banalidades


O que mais agrada no novo sucesso de Verão, “Anda comigo ver os aviões”? Será o vocalista inapto, incapaz de atingir as notas mais agudas da canção sem roçar a rouquidão? O convite repetitivo (vamos ver isto, vamos ver aquilo, agora vamos ver aquele outro)? O pressuposto de que ver carros a queimar pneus é romântico? Será a pieguice desmedida de “Nem que eu roube a Lua só para ti”? Ou, talvez, o refrão em que o sujeito poético diz que “Um dia vou jogar à bola”, “Um dia pego na pistola” ou “Um dia eu ganho a lotaria” como forma de expressar o quanto ama a “mulher” em causa? Quiçá falta-me alguma sensibilidade. Parece típico da música contemporânea expressar-se agora nestes termos muito naturais, muito directos, muito “bonitos”, onde a figura de estilo é substituída por “Tu sabes o quanto eu te amo” e outros versos de invejar Tony Carreira. Ter critério e satisfação: ora aí está uma incompatibilidade.   

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