domingo, 26 de junho de 2011

Samora 16


Entrámos e perguntaram-nos:
- São da família?
- Eu – disse logo Samora; e para mim – tolere-me fazê-lo esperar…
Era um pedido. Concordei.
Samora seguiu o enfermeiro e eu sentei-me na sala de espera. Estava a meio de uma revista sobre decoração de interiores quando se aproximou, limpando os olhos húmidos e o suor como se não houvesse distinção entre os dois líquidos, ou quisesse esconder um no outro a mim e talvez a ele próprio.
- Nada feito, o velho partiu – sequíssimo e pragmático.
- Conseguiu vê-lo?
Balbuciou que não, foi apanhar ar lá fora e depois voltou, enxugando a nuca. Havia papéis a preencher.

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