terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Trajectória Aleatória foi a Londres

Na sequência da onda de violência na cidade inglesa, o enviado especial do Trajectória Aleatória foi entrevistar alguns dos manifestantes e tentar perceber que ideias defendem, que princípios os guiam, que ideologias os unem. 


- Senhor Manifestante, boa tarde.
- Boa tarde.
- Explique-me o que está a fazer.
- Estou a partir uma montra com um pé de cabra.
- Ah, muito bem. Por alguma razão em especial?
- Sim. O actual governo é responsável por coisas que me prejudicam.
- E de que forma é que partir uma montra transmite essa ideia?
- Vivemos numa sociedade livre. Ou tu és um daqueles que não concorda comigo?
- Bem...
- Olha que estou com um pé de cabra na mão.

- Senhor Manifestante, como vai?
- Mal.
- Conte-nos o que se passou.
- Eu estava inocentemente a mostrar o dedinho a um polícia, a chamar-lhe nomes e a evitar que ele fosse ali e prendesse os meus colegas enquanto eles se manifestavam à pedrada. De repente, veio um polícia daqueles grandes, fortes e maus, e partiu-me uma unha. Isto é claramente um caso de abuso de poder, habitual na sociedade capitalista e assim onde vivemos.
- Sendo assim o que vai fazer?
- Olhe, para lhe ser sincero acho que o melhor a fazer é pegar fogo a um automóvel.
- E que culpa tem o dono do automóvel?
- Nenhuma, a culpa é do poder instituído e dos governantes. Por isso mesmo é que queimo um carro. Bolas, você também não percebe nada.

- Senhor Manifestante, posso interrompê-lo?
- Agora não me dá muito jeito, estou a tentar arranjar este plasma da prateleira da loja.
- Quais as suas reivindicações?
- Acho que os plamas deviam estar mal presos às prateleiras das lojas.
- Sim, e quanto à política social deste Governo?
- Penso que é má. Eu estou a roubar este plasma para dar de comer aos meus filhos.
- Ah, os seus filhos comem plasmas?

Depois de uma forte agressão por parte de um dos manifestantes que lutam por melhor segurança e paz social para todos, o enviado especial do Trajectória Aleatória prepara-se para regressar a Portugal e ao conforto do seu lar. 

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