terça-feira, 16 de agosto de 2011

Samora 44


- Ora pense nisto, meu caro – Samora dobrou-se na cadeira, aproximando-se de mim como que que preparando-se para contar uma excelente anedota – Se você se puser num avião e viajar à velocidade da rotação da Terra, isto é, uns quantos quilómetros por hora, depois lembre-me de ir ver quantos são que é numero que gostaria de ter decorado, se o fizer, dizia eu, pode até sair de Lisboa e dirigir-se ao Japão; mas à velocidade certa, a tal que pretendo investigar assim que chegar a casa, sairia de Lisboa às sete da tarde do dia sete, por exemplo; e chegaria a Lisboa sabe quando?
Pensei por momentos. Cheguei a uma conclusão e mirei Samora, que me olhava com os olhos abertos e um sorriso. Quando percebeu que compreendia o que queria dizer, rematou:
- Às sete horas do mesmo dia sete. Arranje uma aeronave que não precisa de parar para reabastecer e parabéns, acabou de pregar uma rasteira a Cronos! Ah ah! – uma das suas secas e orgulhosas gargalhadas- Não admira, no tempo dos gregos sabiam lá o que viria a ser uma aeronave. 

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