quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sentir-me de férias

Sentir-me de férias é perder a noção do elemento mais básico da composição da vida ocupada: o tempo. Se associarmos a escola ou o trabalho à ideia de martírio ou sacrifício, concluiu-se que perder a noção da passagem do tempo é a maior dádiva. De férias, sei apenas o mês em que estou mas não o dia da semana. A única referencia que possuo, e que algumas vezes me arranca do limbo intemporal, é a chegada da carrinha dos gelados à segunda-feira e a ocasional mirada a um relógio. De resto, as horas escorrem sem o mínimo atrito, e sem horários não se perde tempo a dividir o tempo em pedaços com coisas por fazer; faz-se o que se quer quando se quer e durante o tempo que se quer. A cabeça não tem de se sintonizar para determinada actividade ou forma de pensamento em diferentes fatias do dia; sintoniza-se quando quer para o que quer e sente-se nua a correr por um prado verde metafórico. 

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